Em 26 de agosto de 2019, o paciente, que é usuário do plano de saúde Unimed Santos, procurou o serviço de pronto atendimento do Hospital Casa de Saúde Guarujá, com queixas de dor de cabeça, náuseas, vômitos, tosse, calafrios e mal-estar generalizado. Ele também reclamava da existência de uma dor aguda na cabeça e no corpo há alguns dias. Nesse atendimento, o médico plantonista o diagnosticou com gastrite crônica, gripe e hipoglicemia. Prescreveu a medicação e encaminhou para que pudesse ser ministrada na enfermaria.
Enquanto recebia a medicação, o paciente piorou, passando a apresentar um quadro de delírio, confusão mental e não reconhecimento de pessoas conhecidas.
Após a realização de alguns exames, um outro médico disse que ele havia sofrido um AVC, somado a gastrite e anemia. Sendo internado na UTI.
No dia seguinte, a esposa solicitou mais informações e uma enfermeira do setor explicou que ele estava sendo tratado de delirium, sinusite e desidratação.
Em 28 de agosto, a fisioterapeuta que trabalhava na UTI, disse que o prontuário médico indicava infecção generalizada com risco de óbito, sinusite, pneumonia e desidratação.
Como cada profissional de saúde apresentava um diagnóstico diferente, a esposa pediu a remoção imediata da unidade, antes que o marido viesse a falecer.
Perícia desvendou falha
O perito Antonio Ferrari, que analisou o histórico, exames e documentos do paciente, relatou no processo que, uma vez internado na UTI, espera-se uma abordagem precisa, inclusive uma avaliação neurológica, que não consta ter sido realizada no Hospital Casa de Saúde Guarujá. Transferido para outro hospital, esses exames neurológicos possibilitaram o diagnóstico correto de meningite.